Em uma publicação contundente em suas redes sociais, Dinis Tivane, porta-voz do Partido PODEMOS, denunciou o que considera ser uma "orquestração" por parte do Conselho Constitucional (CC) e da Comissão Nacional de Eleições (CNE) para legitimar uma alegada fraude eleitoral que teria favorecido o partido no poder, a FRELIMO. Tivane, utilizando o apelido VM7 para se referir a Venâncio Mondlane, líder do PODEMOS, destacou a falta de compromisso do CC em assegurar a integridade dos resultados eleitorais e questionou publicamente a eficácia das entidades eleitorais moçambicanas.
"Bluff" do CC e a Fraude Generalizada
Dinis Tivane afirmou que o CC, ao receber os resultados da CNE, deveria fazer uma contagem rigorosa dos votos, revisando os editais e confrontando os números apresentados pela CNE e pelas diferentes forças políticas. No entanto, segundo ele, o CC tradicionalmente valida os resultados da CNE sem uma análise aprofundada, apenas "entretenendo o público" e fingindo agir em prol da democracia.
“Em 30 anos de democracia multipartidária, o roteiro da fraude foi sempre o mesmo... A fraude é iniciada logo que as mesas fecham, e a CNE nacional sempre seguiu o mesmo diapasão. E mais, o CC igualmente sempre chancelou o que a CNE remeteu para validação e proclamação”, escreveu Tivane.
Desafios Operacionais e a Impossibilidade de Contagem Real
O representante do PODEMOS também questionou a viabilidade prática de uma recontagem completa, enfatizando o volume monumental de documentação que o CC precisaria revisar. Ele destacou que o CC teria que processar cerca de 54.000 editais, provenientes de três eleições simultâneas (Presidencial, Assembleia da República e Assembleia Provincial), um esforço que demandaria equipamentos, software de detecção de fraude, uma força de trabalho considerável e um espaço físico adequado.
“Humanamente, o CC não pode processar essa informação... Nunca ouvi dizer que o CC abriu concurso público para pessoal eventual ou que tenha feito um Joint Venture ou Outsourcing para tal efeito”, argumentou Tivane, sugerindo que a recusa do CC em realizar tal investimento revela uma falta de comprometimento com a transparência.
Denúncia de Cumplicidade e Críticas a Lúcia Ribeiro
Tivane direcionou suas críticas à Presidente do CC, Lúcia Ribeiro, e aos demais juízes, que, segundo ele, estão "brincando com os Moçambicanos". Para o representante do PODEMOS, a concessão de um prazo de oito dias para a CNE apresentar os resultados completos, quando estes deveriam já estar em posse da entidade, seria um sinal claro de cumplicidade.
“Só este gesto demonstra cumplicidade criminosa”, afirmou, acrescentando que essa "falta de vontade de contar" é evidência da "ostentação da imoralidade que a CNE, STAE, CC e FRELIMO vêm fazendo com esta nação".
As Manifestações e o Clamor Popular pela Verdade Eleitoral
Com base na análise de Tivane, a recusa do CC em realizar uma contagem justa apenas valida a continuidade das manifestações lideradas por Venâncio Mondlane e pelo PODEMOS. A resistência popular busca, segundo ele, “castrar, com um 'BASTA!' muito expressivo, a fraude” e exige que a verdade eleitoral seja respeitada.
“Compreendem, agora, que a Senhora Lúcia Ribeiro e os 6 Juízes estão a brincar com os Moçambicanos?... VM7 já não cai mais nesses 'joguinhos' de entretenimento”, declarou.
Prognóstico de um Futuro "Mega Julgamento"
Tivane encerra sua denúncia apontando para um possível julgamento futuro dos envolvidos na alegada fraude, destacando que os responsáveis pela manipulação eleitoral enfrentarão a justiça:
“Num futuro não muito longínquo, haverá um Mega Julgamento para condenar os obreiros materiais das várias fraudes que Moçambique vem vivendo”, concluiu.
A declaração de Dinis Tivane lança luz sobre uma percepção crescente de descrença no sistema eleitoral e reforça o apelo do PODEMOS por uma reavaliação dos processos e práticas nas instituições eleitorais em Moçambique. A continuidade das manifestações lideradas pelo partido evidencia um cenário político de tensão, em que a luta pela transparência e integridade das eleições toma o centro do debate.
[Fonte: DT77|| Redação: Radar Magazine —
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