Maputo – Após uma série de restrições impostas às redes sociais no final de outubro, o governo de Moçambique, através do Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM), decidiu liberar o acesso à internet nesta quarta-feira, 13 de novembro. A medida de bloqueio, que afetou plataformas como Facebook, WhatsApp e YouTube, tinha como objetivo impedir a divulgação e organização de manifestações populares, mobilizadas por Venâncio Mondlane em protesto contra alegadas fraudes eleitorais e os assassinatos de figuras como Elvino Dias e Paulo Guambe.
No entanto, o bloqueio mostrou-se ineficaz diante do uso massivo de aplicativos VPN (Virtual Private Network), que permitiram aos usuários contornar a restrição e retomar o acesso às redes sociais. No próprio dia 30 de outubro, diversas orientações sobre a instalação de VPNs circularam rapidamente por mensagens de texto, indicando as etapas e opções de aplicativos, conforme o modelo de celular dos usuários. Em poucas horas, um grande número de pessoas voltou a se conectar às redes, frustrando o plano do governo de controlar a comunicação e interromper a convocação de manifestações.
O impacto financeiro das restrições também foi significativo para as operadoras móveis, que começaram a acumular queixas de clientes insatisfeitos, resultando em processos judiciais para revogação da ordem. A Vodacom, subsidiária da britânica Vodafone, foi especialmente prejudicada com um dano reputacional por, supostamente, agir em conivência com uma política de censura contra a liberdade de expressão e de organização da população moçambicana. A empresa foi alvo de críticas internacionais por apoiar, ainda que indiretamente, um regime que impõe limites aos direitos fundamentais de seus cidadãos.
As manifestações continuam a ocorrer em várias regiões do país, marcadas por confrontos com as autoridades e ampla repercussão nas redes sociais. O uso das plataformas, reestabelecido formalmente após o desbloqueio, tem servido para amplificar a insatisfação popular e trazer à tona uma série de críticas ao governo e ao partido Frelimo.
[Fonte: Canalmoz|| Redação: Radar Magazine — MZ
|| Imagens: Arquivo Radar]
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