Blog: Radar Magazine

O candidato presidencial Venâncio Mondlane, do partido PODEMOS, reagiu com firmeza às acusações de incitação à violência, após um incidente ocorrido durante sua caravana eleitoral em Chimoio, província de Manica. A Polícia da República de Moçambique (PRM) submeteu um processo contra Mondlane, alegando que ele teria contribuído para um conflito que resultou em ferimentos a várias pessoas, incluindo um guarda penitenciário.

No entanto, Mondlane considera o processo injusto e acusa a polícia de agir com parcialidade. Durante um discurso inflamado, o candidato criticou duramente a PRM e os seus adversários políticos, questionando a ausência de ação contra outras figuras influentes que, segundo ele, têm cometido abusos durante a campanha eleitoral. "Por que não processam o candidato que usa carros da polícia com a bandeira do seu partido para fazer campanha? Por que não processam quem manda fechar escolas e ministérios para receber a esposa no aeroporto?", disparou Mondlane.

Em tom desafiador, concluiu com uma frase que já viralizou entre seus apoiadores: "Põe a mão no peito e diz: Sucaaaaa", ironizando o que considera ser uma falta de justiça equitativa no processo eleitoral.

A declaração de Mondlane, amplamente repercutida, intensificou o debate sobre a neutralidade das instituições durante o período eleitoral, revelando tensões crescentes entre os partidos em competição.

[Fonte: TV Miramar|| Redação: Radar Magazine — MZ || Imagens: Getty Images || Maputo, 2024]

Novas revelações apontam que a TV Sucesso, um dos canais de maior audiência em Moçambique, pertence ao antigo presidente Armando Guebuza. Segundo fontes seguras, a linha editorial da emissora tem refletido dinâmicas políticas internas, particularmente no contexto da cobertura das campanhas eleitorais de diversos partidos.

Anteriormente, a TV Sucesso foi elogiada por muitos pela sua cobertura "imparcial", trazendo informações abrangentes sobre diferentes candidatos, incluindo Venâncio Mondlane, uma figura de destaque da oposição. No entanto, essas mesmas fontes revelam que, devido a tensões políticas passadas entre Guebuza e o atual presidente Filipe Nyusi, o canal adotava uma postura mais crítica ao governo. Essa dinâmica teria mudado recentemente, quando Guebuza e Nyusi resolveram as suas diferenças e consolidaram uma aliança política com Ossufo Momade, presidente da RENAMO. Desde então, o canal teria restringido informações relacionadas a Mondlane e outros opositores.

Essa revelação lança luz sobre a complexa relação entre os meios de comunicação e o poder político no país, sugerindo que a TV Sucesso poderá ser usada para promover interesses específicos de figuras influentes como Guebuza e seus aliados.

[Fonte: Unay Cambuma|| Redação: Radar Magazine — MZ || Imagens: Getty Images || Maputo, 2024]

Sete anos após o brutal assassinato do antigo presidente do município de Nampula, Mahamudo Amurane, a sua família ainda luta por uma resposta definitiva sobre o crime que abalou a nação. Amurane foi morto a queima-roupa no dia 4 de outubro de 2017, em frente à sua residência, deixando a comunidade e o país em choque. O assassinato do autarca, que era conhecido por sua postura anticorrupção e políticas reformistas, permanece sem esclarecimento completo, causando frustração crescente entre seus familiares e apoiantes.

A família de Amurane continua a exigir uma "justiça merecedora", destacando que, após tantos anos, o caso ainda carece de uma investigação profunda que traga à tona os responsáveis por sua morte. "Não podemos aceitar que um crime tão bárbaro continue sem resposta. A justiça que esperamos ainda não foi alcançada", afirmou um dos familiares.

O caso Amurane continua a ser um lembrete doloroso das feridas abertas na luta pela verdade e justiça em Moçambique.

[Fonte: DW África|| Redação: Radar Magazine — MZ || Imagens: Getty Images || Maputo, 2024]

O Presidente do Conselho Municipal de Quelimane, Manuel de Araújo, retirou-se das celebrações do Dia da Paz na sexta-feira, em protesto por não ter sido incluído no programa oficial do evento. Em uma declaração exclusiva à TV Sucesso, Araújo expressou sua frustração, afirmando que "Paz significa inclusão. Quando não há inclusão, não há paz", referindo-se à ausência de referências aos representantes da cidade de Quelimane na programação.

Araújo, conhecido por seu posicionamento crítico em diversas ocasiões, declarou ainda que faria uma celebração alternativa na Praça da Paz, em Quelimane. O evento principal lembrava o Acordo Geral de Paz de 1992, que pôs fim à guerra civil de 16 anos em Moçambique, mas o incidente destacou as tensões políticas locais que continuam a influenciar o cenário.

Essa ação de abandono sugere uma nova camada de debate sobre a verdadeira implementação da paz e da inclusão nas cerimônias que marcam a história do país.

[Fonte: TV Miramar|| Redação: Radar Magazine — MZ || Imagens: Getty Images || Maputo, 2024]

No discurso proferido durante as celebrações do Dia da Paz, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou a proposta de criação de uma comissão de paz e reconciliação nacional. O chefe de Estado sublinhou a necessidade de aprimorar as ações que visam consolidar a estabilidade no país, destacando que, apesar dos avanços alcançados com o Acordo Geral de Paz (AGP), assinado há 32 anos, ainda há desafios, especialmente em relação a tensões políticas e militares que surgem em períodos pós-eleitorais.

Nyusi sugeriu que Moçambique pode buscar inspiração em experiências internacionais, referindo-se a modelos de comissões de paz e reconciliação criadas noutros países para promover a coesão social. O Presidente reconheceu que, embora o AGP tenha marcado um ponto de viragem ao pôr fim à guerra civil de 16 anos, o modelo atual de manutenção da paz precisa ser ajustado para lidar eficazmente com os desafios contemporâneos.

Esta nova comissão teria o objetivo de mitigar as tensões políticas e militares, promovendo um diálogo contínuo e a reconciliação entre os diversos atores políticos do país.

[Fonte: DW África|| Redação: Radar Magazine — MZ || Imagens: Getty Images || Maputo, 2024]

🗳️ A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) envia missão de observação eleitoral a Moçambique para acompanhar eleições de 2024

Atendendo ao convite formalizado pelo Governo de Moçambique, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) anunciou o envio de uma Missão de Observação Eleitoral (MOE-CPLP) para acompanhar de perto as eleições presidenciais, legislativas e para as Assembleias Provinciais, marcadas para o dia 9 de outubro de 2024.

Chefiada por João Gomes Cravinho, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, a missão é composta por 18 observadores, designados pelos Estados-Membros da CPLP, pela Assembleia Parlamentar e por funcionários do Secretariado Executivo da organização. A delegação estará presente em Moçambique entre os dias 5 e 12 de outubro, com o objetivo de monitorar a fase final da campanha eleitoral, o dia da votação e o início da contagem dos votos, até ao apuramento parcial dos resultados.

Para garantir uma supervisão abrangente e equitativa, a missão dividir-se-á em equipas que serão enviadas para diversas províncias do país, além de manter uma base em Maputo. Além de observar o processo eleitoral, a MOE-CPLP planeja realizar encontros com os principais partidos políticos que concorrem ao pleito, com autoridades locais e outras partes interessadas, assegurando uma avaliação imparcial da transparência e legalidade do processo.

Este envio reflete o compromisso da CPLP em promover a paz, a democracia e a boa governação nos seus Estados-Membros, sendo Moçambique um importante palco para a promoção desses valores.

[Fonte: CPLP|| Redação: Radar Magazine — MZ || Imagens: Getty Images || Maputo, 2024]

O General na reserva, António Hama Thai, expressou confiança de que a situação em Cabo Delgado, marcada por conflitos e instabilidade, não é definitiva. Durante uma intervenção pública, o General destacou que, com mais esforços coordenados, será possível alcançar a estabilidade e promover o desenvolvimento sustentável na província. Hama Thai acredita que os desafios enfrentados pela região podem ser superados, permitindo a implementação de projetos que impulsionem a economia e melhorem as condições de vida da população local.

Por sua vez, o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael, reforçou o apelo à união de todos os moçambicanos. Segundo ele, a paz só será possível se houver coesão nacional, onde todos trabalhem em conjunto para superar as adversidades e garantir um futuro mais seguro para o país.

As declarações de ambas as figuras ressaltam a importância de um esforço conjunto para enfrentar a crise em Cabo Delgado, que há anos afeta a segurança e o desenvolvimento da região, impactando a vida de milhares de cidadãos.

[Fonte: O País|| Redação: Radar Magazine — MZ || Imagens: Getty Images || Maputo, 2024]