No balanço do Plano Económico e Social e Orçamento de Estado referente ao terceiro trimestre de 2024, o Governo moçambicano apresentou resultados mistos em relação às metas estabelecidas para o ensino primário. Enquanto a aquisição de carteiras superou a meta planejada, com mais de 34 mil unidades adquiridas — representando mais de 100% da meta anual — a distribuição de livros escolares e a construção de salas de aula ficaram aquém do esperado.
A meta anual previa a aquisição e distribuição de 22.491.500 livros escolares, mas até o terceiro trimestre, apenas 9.587.591 livros foram distribuídos, correspondendo a 43% do plano. Este atraso comprometeu o ano letivo, que já chegou ao fim, especialmente para alunos da 1ª e 2ª classes, que dependem dos manuais como livros-caderno. A maior parte dos livros foi destinada às províncias de Nampula (2.046.643), Zambézia (1.707.670) e Niassa (876.040), com a cidade de Maputo recebendo a menor quantidade (278.753).
O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) reconheceu o défice, justificando que nem todos os livros adquiridos chegaram ao país. Como solução alternativa, o governo recolheu manuais do ano anterior e mobilizou o stock de segurança, além de distribuir cadernos de atividades e fichas de apoio, para mitigar os impactos na aprendizagem.
Outro desafio foi a construção de salas de aula. Das 323 planejadas, apenas 234 foram concluídas até o terceiro trimestre. As províncias com maior avanço foram Manica (43 salas), Sofala (32) e Nampula (29). Já Gaza (9) apresentou o menor número de salas finalizadas. O atraso pode comprometer a infraestrutura educacional em 2025, especialmente em áreas rurais.
Em contraste, a aquisição e distribuição de carteiras para o ensino primário superaram as expectativas. O governo planejava adquirir 11.300 carteiras ao longo do ano, com 3.300 destinadas ao terceiro trimestre, mas entregou 34.452 unidades, beneficiando todas as províncias. As maiores distribuições ocorreram na Zambézia (6.233) e Sofala (5.787).
O relatório reflete o esforço do governo em enfrentar desafios na educação, mas destaca a necessidade urgente de melhorar a logística e a infraestrutura, garantindo que metas críticas, como a distribuição de livros, sejam cumpridas no prazo.
[Fonte: Cartamz|| Redação: Radar Magazine — MZ
|| Imagens: Arquivo Radar]
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