O ex-ministro moçambicano Max Tonela que ocupou diferentes pastas ao longo dos dois mandatos do Presidente Filipe Nyusi, está no centro de graves acusações de corrupção e má gestão de recursos públicos. Durante o período em que liderou o Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), entre dezembro de 2017 e março de 2022, Tonela teria se apropriado de 19 concessões mineiras, incluindo licenças de prospeção e pesquisa e concessões de longo prazo, todas atribuídas à sua empresa, a GPS Mining Company Lda.
De acordo com documentos e denúncias apresentados, Tonela obteve 17 Licenças de Prospeção e Pesquisa (LPP), com validade de cinco anos, e 2 Concessões Mineiras, com validade de 25 anos. Essas concessões envolvem recursos estratégicos como grafite, carvão, ouro, rubis, esmeraldas, turmalinas e areias pesadas, que estão em diferentes localidades de Moçambique.
As licenças estão registradas em nome da GPS Mining Company Lda e de seus projetos associados, como o Balama Project* e o Chifunde Queen Project. A gestão da empresa é supostamente liderada por Hortência Maholela, subordinado de Tonela na época em que este atuava como administrador financeiro da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB).
Fontes apontam que o Presidente Filipe Nyusi tomou conhecimento das irregularidades de Tonela, o que resultou na sua exoneração do MIREME durante a remodelação governamental de março de 2022. No entanto, devido ao papel estratégico de Tonela como financiador e articulador político do governo, ele foi transferido para o Ministério da Economia e Finanças (MEF). Lá, ele também é acusado de práticas irregulares, como adjudicações milionárias a empresas próximas, incluindo a Milestone Business Advisory, liderada por Hermenegildo Comé, que teria recebido mais de 200 milhões de meticais em contratos.
As denúncias incluem um apelo para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) investiguem as atividades de Tonela e tomem medidas legais para a restituição das concessões ao Estado. Segundo os denunciantes, as provas são abundantes e incluem os números de licenças atribuídas à GPS Mining Lda.
Entre as licenças citadas estão:
- Licenças de Prospeção e Pesquisa: 9044L, 8686L, 9172L, entre outras.
- Concessões Mineiras: 11852 (Mavuco Project) e 10368 (Chifunde King Project).
Caso as acusações sejam confirmadas, esse escândalo pode comprometer a integridade do setor mineiro em Moçambique e evidenciar a fragilidade dos mecanismos de fiscalização no país. As minas envolvidas possuem um valor estratégico para a economia nacional, tornando as alegações ainda mais graves.
A denúncia também promete expor novas informações sobre supostos desvios financeiros em empresas públicas como a HCB e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), indicando que as investigações sobre Tonela ainda estão longe de terminar.
[Fonte: Unay Cambuma|| Redação: Radar Magazine — MZ
|| Imagens: Arquivo Radar]
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