A época chuvosa 2024–2025 poderá trazer impactos significativos nos setores de saúde, educação e agricultura em Moçambique. A previsão foi anunciada nesta quarta-feira, em Maputo, por Amós Maúre, porta-voz da Comissão Técnico-Científica sobre Mudanças Climáticas (CTCMC), durante uma conferência de imprensa conjunta com o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
O evento, destinado a discutir o plano de contingência, revelou que tanto a escassez quanto o excesso de chuvas podem causar danos severos ao país. “Se chove menos, não conseguimos suprir as necessidades hídricas das culturas agrícolas e, se chove a mais, há destruição das próprias culturas”, alertou Maúre.
O setor agrícola é apontado como um dos mais vulneráveis, com possibilidade de perdas devido à irregularidade nas precipitações. No setor da saúde, o risco é igualmente elevado, com a proliferação da malária impulsionada pelas condições húmidas. Infraestruturas, como escolas e estradas, também estão em risco, com possíveis danos que podem comprometer serviços essenciais.
Amós Maúre destacou ainda que o plano de contingência, avaliado em 43.356.797 meticais, contempla ações específicas para mitigar os impactos climáticos em setores-chave:
- 17.742.808 meticais destinados ao INGD;
- 11.007.907 meticais para a agricultura;
- 8.315.294 meticais para a educação;
- 3.097.787 meticais para a saúde;
- 3.199.000 meticais para a Delegação do INAS.
O plano também considera as necessidades dos deslocados de Cabo Delgado, vítimas do terrorismo, reforçando as medidas de apoio em comunidades vulneráveis.
A época chuvosa anterior, 2023–2024, foi marcada por chuvas moderadas a fortes, acompanhadas de trovoadas intensas, com precipitação acima do normal, especialmente nos meses de fevereiro, março e abril. Com base nesse histórico, as autoridades reforçaram a necessidade de maior preparação para minimizar os impactos previstos.
“Este plano é promissor, pois incorpora recomendações da CTCMC e oferece estratégias para reduzir os danos nos setores críticos”, concluiu Maúre.
Enquanto o país se mobiliza para enfrentar os desafios da próxima época chuvosa, a aposta em prevenção e resiliência será crucial para proteger vidas e mitigar perdas económicas.
[Fonte: O País|| Redação: Radar Magazine — MZ
|| Imagens: Arquivo Radar]
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