A Missão de Observação Eleitoral (MOE) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) declarou ter testemunhado erros na contagem de votos durante as eleições gerais realizadas em Moçambique no dia 9 de outubro de 2024. Em comunicado, a missão destacou irregularidades que comprometem a transparência do processo e reiterou a necessidade de mudanças estruturais na Comissão Nacional de Eleições (CNE).
De acordo com a MOE, algumas das falhas verificadas incluem discrepâncias nos resultados apresentados em algumas mesas de voto, bem como a ausência de um controle eficaz para garantir a precisão dos números. "A contagem dos votos é um momento crítico no processo democrático, e qualquer falha mina a confiança pública", alertou o relatório.
Entre as propostas apresentadas pela missão, destaca-se a recomendação de que a CNE adote um perfil mais técnico e menos político. "É imperativo que o órgão eleitoral seja visto como neutro, capaz de assegurar um processo justo e confiável para todos os cidadãos", afirmou a CPLP.
Outras recomendações incluem:
- A capacitação contínua dos membros da CNE e dos agentes envolvidos nas mesas de voto;
- Maior investimento em tecnologias que garantam maior segurança e precisão no apuramento dos votos;
- Reforço da fiscalização independente durante todo o processo eleitoral.
As declarações da MOE da CPLP aumentam a pressão sobre as autoridades eleitorais moçambicanas, já sob escrutínio devido a denúncias de fraude e enchimento de urnas feitas por partidos da oposição e organizações da sociedade civil.
Os observadores também destacaram a importância de implementar mudanças a tempo das próximas eleições, para evitar que episódios similares voltem a ocorrer.
Até o momento, a CNE ainda não respondeu oficialmente às críticas e recomendações feitas pela missão da CPLP.
[Fonte: Diário Eleitoral|| Redação: Radar Magazine — MZ
|| Imagens: Arquivo Radar]
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