A Ordem dos Médicos de Moçambique denunciou, em conferência de imprensa, o uso indiscriminado de armas de fogo pela polícia durante as recentes manifestações, que resultaram em 10 mortos e 63 feridos. Segundo os dados apresentados pela instituição, a polícia agiu com a clara intenção de "atirar para matar", especialmente nos casos fatais.
Gilberto Manhiça, bastonário da Ordem dos Médicos, expressou preocupação com o aumento expressivo de feridos por balas em um curto período, revelando que entre 18 e 26 de outubro foram registrados 73 casos de baleamento. Napoleão Viola, presidente da Associação Médica de Moçambique, reforçou que, em muitos casos, a localização das lesões indicava a intenção de tirar a vida, e não apenas imobilizar.
A Ordem fez um apelo urgente ao Governo e à polícia para que atuem com mais responsabilidade e humanidade, valorizando a vida acima de tudo. Além disso, pediu aos manifestantes que exerçam seu direito de protestar de maneira pacífica, a fim de evitar mais mortes e ferimentos.
A instituição também condenou os assassinatos de Elvino Dias e Paulo Guambe, sugerindo que esses crimes refletem uma escalada perigosa de violência que deve ser urgentemente analisada pela sociedade.
A Ordem dos Médicos reafirmou seu compromisso de continuar prestando assistência às vítimas e se colocou à disposição para mediar o diálogo entre as partes envolvidas, na busca por uma solução pacífica para o atual clima de tensão no país.
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