🇬🇦 Um ano após liderar o golpe militar que pôs fim à dinastia Bongo no Gabão, o general Brice Oligui Nguema, que inicialmente prometeu devolver o poder aos civis dentro de dois anos, afirma-se cada vez mais como o sucessor de si próprio. Desde o golpe de Estado em 30 de agosto de 2023, quando depôs o então presidente Ali Bongo Ondimba, Oligui Nguema tem se consolidado como a figura central no cenário político gabonês.
Ali Bongo Ondimba, que havia sido declarado vencedor para um terceiro mandato consecutivo pouco antes do golpe, foi rapidamente afastado após o anúncio dos resultados eleitorais. A sua remoção marcou o fim de uma era dominada pela família Bongo, que esteve no poder por mais de cinco décadas, começando com o pai de Ali Bongo, Omar Bongo, que governou o país por 42 anos até sua morte em 2009.
O general Oligui Nguema, que liderou a transição, prometeu reformas e uma eventual devolução do poder aos civis. No entanto, suas recentes declarações indicam uma possível extensão do período de transição. "Se fomos capazes de fazer certas coisas em 10 meses, isso significa que podemos fazer muito em sete anos", afirmou, sugerindo que a sua liderança pode se estender muito além do inicialmente prometido.
Nesta sexta-feira, o Gabão prepara-se para celebrar o primeiro aniversário da queda da dinastia Bongo com grandes festividades, destacando Oligui Nguema como o herói do país. Este evento sublinha a crescente centralidade do general no panorama político gabonês, onde ele é visto tanto como o salvador da nação quanto como um líder que pode estar a prolongar sua permanência no poder.
Com o Gabão enfrentando um período de incerteza política, as comemorações são um reflexo das profundas mudanças em curso no país. No entanto, resta saber se o general Oligui Nguema cumprirá sua promessa original de transição para um governo civil ou se a nação estará diante de mais um ciclo de liderança militar prolongada.
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Redação: RadarMZ
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