PRM em Manica avança com queixa-crime contra Venâncio Mondlane por incitação à violência e campanha fora de horário

A Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Manica anunciou que irá submeter uma queixa-crime contra Venâncio Mondlane à Procuradoria-Geral da República (PGR), acusando o líder político de incitação à violência e realização de campanha eleitoral fora do horário previsto. O chefe das relações públicas do Comando Provincial da PRM, Mouzinho Manasse, convocou a imprensa nesta quinta-feira, 3 de outubro, para dar detalhes sobre o incidente ocorrido na noite anterior, envolvendo apoiantes de Mondlane.

Segundo a polícia, na quarta-feira, 2 de outubro, apoiantes de Mondlane agrediram um cidadão e danificaram a sua viatura no bairro da Soalpo, após este ter atropelado motociclistas que acompanhavam a caravana do político. Manasse afirmou que os motociclistas seguiam em contramão, enquanto o condutor estava dentro das normas do código de estrada, não havendo justificativa para a violência que se seguiu.

A PRM responsabiliza diretamente Venâncio Mondlane, alegando que ele incitou os seus apoiantes ao agir de forma irresponsável, inclusive obstruindo a via contrária e realizando campanha fora do horário estipulado pela lei eleitoral. Conforme explicou Manasse, a legislação prevê que as atividades de campanha devem cessar às 16 horas diariamente, mas Mondlane teria continuado com a mobilização de eleitores após esse horário, violando a regulamentação.

Além disso, a PRM informou que dois cidadãos foram detidos e as suas motorizadas apreendidas em conexão com o caso. No entanto, o foco das autoridades é levar Mondlane à justiça por ser o principal promotor do incidente. Ao ser questionado sobre outros partidos que também realizam campanhas fora do horário permitido, Manasse reconheceu que há outros acusados, mas reforçou que a lei será aplicada igualmente a todos.

O episódio intensifica o confronto entre a PRM e Venâncio Mondlane, sugerindo que a atuação das autoridades tem sido particularmente rigorosa em relação ao político da oposição, o que levanta questões sobre a equidade no tratamento dos diferentes partidos durante o período eleitoral.