O antigo Ministro do Interior de Moçambique, Alberto Mondlane, declarou que a condenação de Manuel Chang, ex-Ministro das Finanças, em um tribunal dos Estados Unidos, não é suficiente para restaurar a imagem de Moçambique, gravemente afetada pelo escândalo das dívidas ocultas. Mondlane destacou que os principais prejudicados por este escândalo são os moçambicanos, que continuam a sofrer as consequências.
Mondlane, que atuou ao lado de Chang no Governo durante o período em que as dívidas foram contraídas, lembrou que foi chamado a depor como testemunha em um julgamento relacionado ao caso, embora Chang não tenha sido julgado naquele processo específico. Mesmo com a condenação recente de Chang nos EUA, Mondlane enfatiza que o impacto negativo sobre a reputação do país permanece inalterado.
“A condenação, por si só, não iliba o país, pois, devido ao que aconteceu, Moçambique sofreu as consequências que todos conhecemos. O mais importante agora é olhar para o futuro com maior segurança e aprender com as lições do passado, procurando fazer melhor e deixando para trás o que não conseguimos superar”, declarou Mondlane.
O ex-ministro também sublinhou que o povo moçambicano continua a enfrentar as repercussões do escândalo das dívidas ocultas e que crimes que prejudicam a nação são graves, independentemente do estatuto de quem os cometeu. “Tudo o que constitui crime é prejudicial. Não importa quem cometeu o crime. É ainda mais grave quando a pessoa que o comete ocupa responsabilidades importantes na vida social, política e económica de um país, de uma localidade ou mesmo de uma família.”
As declarações de Mondlane foram feitas neste sábado, durante uma visita do candidato presidencial Daniel Chapo ao distrito da Manhiça, na província de Maputo, no contexto da pré-campanha eleitoral.
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Redação: RadarMZ
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