As recentes manifestações em Moçambique trouxeram à tona uma prática preocupante: o uso de gás lacrimogéneo pela Unidade de Intervenção Rápida (UIR) com data de validade expirada. Substâncias usadas para dispersar protestos teriam expirado em julho de 2014, durante o governo de Armando Guebuza, levantando questões sérias sobre os riscos à saúde pública.
O uso de gás lacrimogéneo vencido pode ser extremamente prejudicial. Especialistas alertam que, após o prazo de validade, os componentes químicos dessas substâncias podem se decompor, liberando subprodutos altamente tóxicos. Isso representa um perigo para a população exposta durante os protestos, agravando os efeitos tradicionais do gás lacrimogéneo.
Consequências do Uso de Gás Lacrimogéneo Expirado
- Maior toxicidade: o envelhecimento dos compostos químicos pode resultar em uma mistura ainda mais irritante e prejudicial do que a versão dentro do prazo, causando reações mais severas nas pessoas expostas.
- Danos respiratórios e oculares: os gases vencidos podem provocar inflamação grave das vias respiratórias, com potencial de causar lesões pulmonares permanentes, além de irritação intensa nos olhos, o que pode levar a danos irreversíveis.
- Problemas dermatológicos: o contato com a pele pode resultar em dermatites, bolhas, e até queimaduras químicas, colocando a saúde dos manifestantes e dos próprios agentes de segurança em risco.
Esse cenário levanta sérias preocupações sobre a segurança dos cidadãos, já que o uso de material vencido expõe a população a perigos desnecessários. Além disso, a responsabilização sobre a manutenção e controle de equipamentos de segurança do Estado é colocada em questão.
O fato de o gás lacrimogéneo ter expirado em julho de 2014, sob o governo de Armando Guebuza, levanta questionamentos sobre a gestão dos recursos de segurança e sua renovação ao longo dos anos. Há uma necessidade urgente de investigar como essas substâncias permanecem em uso sem a devida reposição, além de apurar responsabilidades.
A exposição contínua ao gás lacrimogéneo vencido não apenas compromete a integridade física dos cidadãos, mas também coloca a própria imagem das forças de segurança em xeque, exigindo uma ação imediata para corrigir essa falha de gestão.
O uso de gás lacrimogéneo fora do prazo de validade pela UIR não é apenas um problema de saúde pública, mas também um reflexo de falhas administrativas que podem resultar em consequências graves para a população. Urge que as autoridades revisem seus estoques e garantam que equipamentos de segurança estejam em condições adequadas de uso, para evitar agravar ainda mais as tensões sociais e os riscos à saúde dos moçambicanos.
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