O General Ossufo Momade, Presidente da RENAMO e candidato à Presidência da República de Moçambique, através do Gabinete do Secretário-Geral do partido, coordenado por Clementina Francisco Bomba, fez um apelo enfático a todos os membros da RENAMO, pedindo que mantenham a calma e aguardem com serenidade os resultados oficiais das eleições de 9 de outubro de 2024. Momade destacou a importância de preservar a paz e evitar qualquer ação que possa ser interpretada como anárquica, especialmente em resposta às manifestações de repúdio aos resultados eleitorais que começam a emergir entre os apoiantes do partido.
"Não devemos permitir que atitudes impulsivas manchem o bom nome do presidente Ossufo Momade," afirmou Clementina Bomba, citando o líder máximo do partido. Esta mensagem surge em um momento de tensão crescente no país, marcado por alegações de fraude e manipulação no processo eleitoral, o que provocou revolta entre os apoiantes e militantes da RENAMO.
Momade enfatizou que, embora os relatos de irregularidades eleitorais sejam preocupantes, ele exorta os membros da RENAMO a não promoverem atos que possam comprometer a estabilidade no seio do partido, numa altura em que surgem relatos de membros exigindo a renuncia do General Momade. "Quem pode exonerar no seio do partido sou eu, o Presidente," reforçou o General, lembrando que as lideranças regionais e locais devem abster-se de fazer declarações precipitadas ou tomar decisões unilaterais.
A mensagem do presidente também focou na necessidade de fortalecer as medidas de segurança nas delegações do partido, visando prevenir possíveis incidentes que possam surgir como resultado da insatisfação com o processo de apuramento dos votos. "A segurança das nossas delegações é prioritária," destacou Bomba, apelando para a disciplina e cautela nas ações.
Contudo, uma parte significativa da mensagem que gerou controvérsia foi a exortação à indiferença diante das alegações de fraude e manipulação eleitoral. Segundo a comunicação oficial do Gabinete do Secretário-Geral, a orientação de Momade é que os membros do partido não se envolvam diretamente em protestos contra essas irregularidades, sugerindo uma atitude de aceitação passiva das mesmas. Essa postura levantou críticas internas, com alguns membros questionando se essa abordagem não significaria, na prática, uma cumplicidade com os infratores envolvidos nas denúncias.
A liderança da RENAMO se encontra, portanto, em um momento delicado, tentando equilibrar o descontentamento crescente entre os seus apoiantes com a necessidade de evitar confrontos diretos com as autoridades eleitorais. Momade, que já enfrentou desafios internos no partido desde que assumiu a liderança, busca manter a coesão da RENAMO enquanto aguarda a conclusão oficial do processo de apuramento pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
As próximas semanas serão cruciais para a RENAMO, tanto no que se refere à sua posição em relação aos resultados das eleições, quanto ao futuro do partido sob a liderança de Ossufo Momade.
Abaixo o comunicado oficial:
A pergunta que fica é: até que ponto essa postura de indiferença será capaz de conter a pressão crescente e manter a unidade dentro do partido, especialmente diante de um cenário político cada vez mais contestado em Moçambique?
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