Um jovem foi baleado no bairro de Bagamoyo, na cidade de Maputo, logo após o fecho das urnas, durante um incidente envolvendo a Polícia e a população local. O disparo ocorreu enquanto a Polícia tentava conter uma agitação popular que surgiu em resposta ao súbito corte de energia elétrica, suspeito de estar ligado a ações de fraude eleitoral.
De acordo com testemunhas, a agitação começou depois de a Eletricidade de Moçambique (EDM) ter cortado o fornecimento de energia na região, o que gerou desconfiança entre os eleitores que permaneciam atentos aos procedimentos de apuramento de votos. Há suspeitas de que o corte de energia tenha sido uma estratégia para permitir o enchimento de urnas com boletins de voto fraudulentos a favor do partido FRELIMO.
A presença da Polícia foi intensificada no local, levando a confrontos com a população, que manifestava descontentamento com as circunstâncias suspeitas. Durante a tentativa de dispersar o grupo, a Polícia abriu fogo e uma bala perdida atingiu o jovem, que se encontrava nas proximidades. Ele foi rapidamente socorrido, mas a gravidade do seu estado de saúde não foi imediatamente confirmada.
O corte de energia ocorrido em várias zonas da cidade de Maputo, especialmente em áreas sensíveis onde o escrutínio eleitoral ainda estava em curso, gerou uma onda de revolta entre os eleitores. Muitos apontam para a EDM como facilitadora de práticas fraudulentas, alegando que a interrupção do fornecimento elétrico é uma tática usada para beneficiar o partido no poder.
Este incidente adiciona uma camada de tensão ao já conturbado ambiente eleitoral em Moçambique, onde as suspeitas de manipulação de votos têm sido constantes ao longo dos anos. Organizações da sociedade civil e partidos da oposição têm alertado para possíveis fraudes, incluindo o enchimento de urnas e outras irregularidades.
A Polícia, por sua vez, ainda não se pronunciou sobre as circunstâncias que levaram ao disparo e ao ferimento do jovem. No entanto, o episódio reforça a preocupação crescente sobre a legitimidade do processo eleitoral e a transparência das autoridades envolvidas.
O incidente em Bagamoyo é mais um lembrete das tensões que marcam o período eleitoral em Moçambique, onde práticas suspeitas e a violência parecem estar a minar a confiança dos cidadãos no sistema democrático do país.
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