Durante as cerimônias fúnebres realizadas no sábado (28) para André Matade Matsangaissa, fundador da Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO), o presidente do partido, Ossufo Momade, fez um apelo contundente ao Estado moçambicano: que reconheça Matsangaissa como herói nacional. Momade ressaltou que o líder guerrilheiro desempenhou um papel fundamental na promoção do Estado de Direito Democrático em Moçambique.
Em seu discurso, Momade afirmou: “André Matsangaissa foi mais do que um combatente. Ele foi o precursor da luta pela democracia em Moçambique, e sem o seu esforço, o país não teria dado passos em direção ao pluralismo político. É hora de o Estado reconhecer seu sacrifício e inscrevê-lo entre os heróis nacionais.”
Matsangaissa, que morreu em combate em 1979, é amplamente lembrado como o líder que deu início à resistência armada contra o regime da FRELIMO, movimento que culminaria na transformação da RENAMO em um partido político de oposição. Segundo Momade, o reconhecimento oficial de Matsangaissa não é apenas uma homenagem ao homem, mas também ao processo democrático que Moçambique abraçou nas últimas décadas.
A exigência do presidente da RENAMO ganha força em um momento de reflexão sobre o passado do país, com muitos partidários e simpatizantes da oposição reforçando a importância de figuras como Matsangaissa na construção do sistema político multipartidário. "O Estado de Direito e a liberdade que hoje desfrutamos em Moçambique são, em parte, frutos da luta que André liderou", acrescentou Momade.
A reivindicação surge em meio a debates sobre o reconhecimento de figuras históricas que contribuíram para a transformação do país, e espera-se que o apelo de Ossufo Momade reabra discussões no cenário político nacional sobre a inclusão de Matsangaissa no panteão dos heróis moçambicanos.
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