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49 anos após a independência, escolas ainda operam em condições deploráveis: Governo investe em viaturas, mas esquecimento persiste 🇲🇿


Quase meio século após a independência de Moçambique, algumas áreas do país ainda enfrentam situações desoladoras no setor da educação. Um exemplo gritante dessa realidade é a Escola Primária Completa de Muthimacanha, no bairro Murrapania, cidade de Nampula, onde os estudantes assistem às aulas ao ar livre, sob a sombra de árvores, devido à falta de infraestruturas adequadas.

Essa cena, que mais parece um encontro informal de jovens, na verdade retrata a realidade de muitos estudantes que, sem salas de aula adequadas, tentam seguir com o processo de ensino e aprendizagem em condições precárias. A situação reflete um cenário de esquecimento por parte do governo, que, apesar dos esforços em algumas áreas, ainda não conseguiu assegurar as condições mínimas para a educação em várias regiões do país.

Enquanto isso, em um contraste preocupante, o Ministério da Educação recentemente destinou mais de 437 milhões de meticais para a aquisição de 168 viaturas Mitsubishi Triton 4x4, com o objetivo de supervisionar o Plano Estratégico da Educação (PEA). Cada veículo custou mais de 2,6 milhões de meticais, levantando questionamentos sobre as prioridades do governo diante de um cenário em que escolas funcionam sob árvores, sem salas de aula, carteiras ou materiais essenciais.

O investimento em viaturas, embora tenha seu mérito na necessidade de monitoramento do sistema educativo, levanta dúvidas sobre a alocação de recursos em um país onde o acesso à educação de qualidade ainda está longe de ser uma realidade para todos. Com regiões como Murrapania sofrendo com a falta de infraestrutura básica, a discrepância entre o gasto em veículos de luxo e as condições de aprendizagem torna-se um ponto de debate.

Em 49 anos de independência, a monotonia da falta de progresso em certos setores essenciais, como a educação, revela a urgência de reformular as prioridades do governo para garantir que, além de supervisionar o ensino, as crianças moçambicanas tenham o direito básico de aprender em um ambiente digno e propício.


[Fonte: TV 24h Notícias|| Redação: Radar Magazine — MZ || Imagens: Getty Images || Maputo, 2024]

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