O cenário político em Moçambique aqueceu após as polêmicas declarações do candidato presidencial da Frelimo, Daniel Chapo, durante um comício recente. Chapo afirmou que todas as instituições públicas, como hospitais e escolas, pertencem ao partido Frelimo, destacando que até os poucos remédios disponíveis nos hospitais são de propriedade do partido. Ele chegou a declarar que "Moçambique é da Frelimo", reforçando uma visão de partidarismo nas instituições do Estado.
As palavras de Chapo geraram uma onda de críticas. Em um dos comícios presididos por Venâncio Mondlane, candidato presidencial apoiado pelo partido PODEMOS, encontram-se respostas para as declarações de Chapo. Em resposta contundente, o manifesto do Venâncio defende o fim do partidarismo no país, sugerindo que as instituições públicas não pertencem a nenhum partido político, mas sim ao povo moçambicano.
Mondlane enfatiza que as instituições, como hospitais e escolas, devem servir aos interesses da população, e não serem vistas como patrimônios de uma única força política. "O povo não é escravo da Frelimo", diz Mondlane nos seus comícios, contestando a ideia de que um partido pode reivindicar propriedade sobre as estruturas públicas de um Estado soberano. Ele reitera que o papel de um governo é servir, e não governar em benefício de uma elite política.
O candidato do PODEMOS propõe um modelo de governação mais inclusivo, no qual as instituições sejam verdadeiramente imparciais e sirvam o interesse nacional, longe de qualquer interferência partidária. "As instituições públicas devem pertencer a Moçambique e aos moçambicanos, e não a qualquer partido ou grupo", concluiu Mondlane, reforçando seu compromisso em combater o partidarismo e promover uma governação transparente e democrática.
As eleições aproximam-se e, com declarações como estas, o debate em torno do futuro do Estado moçambicano promete ser ainda mais intenso.
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