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CARTA ABERTA PARA DANIEL CHAPO

 
Lê abaixo a carta completa:

«CARTA ABERTA AO DANIEL FRANCISCO CHAPO - FUTURO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

Endereço este texto a si, aos seus conselheiros, à toda a máquina administrativa do partido FRELIMO, o partido que fundou o Estado Moçambicano e ao povo Moçambicano. 

É tempo de agir! O contexto sócio-económico e Político que atravessamos é de cada vez mais pressão ao Estado e agitação social por cima de uma bomba relógio programada em 1992 e é tempo de iniciar a sua desactivação como forma única de preparar o seu legado e de evitar uma catástrofe social no nosso país. 

Em 1975, Proclamamos a independência nacional e viramos à esquerda como nação tornando o Estado Moçambicano detentor de todo património imobiliário e industrial construído e desenvolvido pela administração colonial portuguesa, tomamos posse das nossas terras e nos encostamos à URSS na continuidade do processo de revolução e construção de um Estado justo e do homem novo com vista no horizonte de um país próspero e justo sob as lides socialistas e comunistas. Com muita infelicidade e de forma prematura, o sonho dos Moçambicanos começou tornar-se um pesadelo pela culpa de boa parte de Moçambicanos que aceitou servir-se de Proxy dos interesses Ocidentais nas nossas terras pela imposição por via armada para mudar o modelo de Estado que o país estava a construir e com objetivos de tornar Moçambique um Estado Liberal, de economia aberta e com tendência à uma sociedade capitalista. Na década de 80, estamos lembrados que a definição de Estado tida pelos Moçambicanos observava a uma narrativa de maior inclusão e partilha de tudo quanto foi a nossa conquista colectiva. Tivemos imensas dificuldades materiais e financeiras mas a moral popular estava em alta porque havia um sonho onde homens e mulheres que engajaram-se nas fábricas, machambas, escolas, hospitais e etc para propiciar o melhor para Moçambique dentro das condições que eram possíveis. 

Tínhamos um curriculum educacional que ensinava a moral social aos alunos e tínhamos nos nossos curriculum a Educação Política como forma de preparar o cidadão nacional para desafios futuros e para uma melhor percepção e interpretação de fenómenos políticos que se advinhavam para o futuro, tínhamos o sentido de sociedade e coesão social. Isto não agradou ao bloco do Ocidente e continuou a financiar a grupo de Moçambicanos para desestabilizar as conquistas do Povo até que com a morte de Samora Machel, num contexto em que o maior aliado Moçambicano, a URSS enfrentava o poir momento da sua história no pós segunda guerra mundial até à sua derrocada nos finais da década de 80 até 1991. Moçambique frágil, sentiu-se obrigado a sentar-se à mesa com os Ocidentais para encontrar uma forma de apaziguar e colocar um FIM ao sofrimento do Povo e à tensão militar e que culminou com Moçambique a ceder.

As negociações de Roma entre Moçambique e o Ocidente foi publicamente anunciada como conversações entre Moçambicanos desavindos e em guerra quando na verdade uma das partes Moçambicanas era "testa de ferro" ou melhor, era a Proxy dos interesses Ocidentais. Moçambique sem muito espaço de manobra, aceitou abandonar a esfera de influência Geopolítica Socialista Comunista dos Soviéticos e aderiu para a jurisdição da esfera de influência Geopolítica Ocidental. Para tal, cedeu muito daquilo pela qual tínhamos lutado contra e que tentamos impor na década de 80. Posto isto sr. DANIEL FRANCISCO CHAPO, o país andou a ractificar protocolos de muitos instrumentos com as instituições Ocidentais tal como alguns exemplos, a UNICEF, UNESCO, BANCO MUNDIAL, FMI e várias instituições da União Europeia e tantas outras dos EUA. 

Todas elas afastavam Moçambique do seu próprio interesse nacional a ponto de se celebrar um ACORDO GERAL DE PAZ. Ora, aquilo não foi acordo de paz, na minha óptica foi a condição para terminar com as incursões armadas em Moçambique, foi a forma que se encontrou para MATAR O ESTADO MOÇAMBICANO QUE ESTAVA EM CONSTRUÇÃO NA DECADA DE 80 e forçar um parto de um novo Estado. Portanto, Moçambique da década de 80 morreu em Roma em 1992. Nasceu um novo modelo de Estado em que cada um poderia fazer o que bem entendesse e, neste novo Estado, todo o património industrial e alguns imóveis sobretudo os da igreja católica fomos obrigados ou a fechar ou a devolver aos donos. Isso para dizer que a nacionalização não serviu para nada, apenas algumas casas ficaram na posse da ADMINISTRAÇÃO DO PATRIMÓNIO IMOBILIÁRIO DO ESTADO-APIE e que não entrou para as contas das devoluções.

Este novo Estado Moçambicano sob jurisdição da comunidade internacional, deixou de ter controlo soberano de Moçambique a 100%, sendo que uma parte da soberania do país está no sector económico. O Estado nasceu fraco de Roma, a soberania económica ficou nas mãos das instituições internacionais Ocidentais como o FMI e Banco Mundial como os principais financiadores das necessidades do Estado. Daí, a transição para este parto, o Estado ficou desfalcado da sua indústria sob argumento que operadores privados dariam conta do desenvolvimento económico do país. Todo o nosso problema nasce justamente a partir daí. Os doadores brincam de escolher o que financiar, como financiar e quando financiar. O Estado está obrigado a prestar contas ao FMI, ao BANCO Mundial e à diversas entidades Ocidentais que financiam as necessidades do Estado. O Povo hoje não entende o que se passa, mas ha quem sabe o que se passa. O nosso Estado está refém dentro da jurisdição da comunidade internacional ocidental. 

O sr. DANIEL FRANCISCO CHAPO fica obrigado ao desafio de mexer com a estrutura Política do Estado no sentido de rever protocolos que retiram a soberania do país. Para tal, tenho a máxima certeza que ao iniciar este processo que é o principal problema deste país, os cidadãos do país inteiro poderão encontrar total conforto para o apoiar sem limites porque os Moçambicanos precisam de um Estado forte, um Estado forte precisa de ter controlo da sua economia, da sua matéria prima e de todo o sistema que seja do interesse nacional. 

Fomos habituados ao modelo de sociedade Liberal que temos hoje, mas, desde 92 para cá, somos apenas parte das estatísticas das agências internacionais Ocidentais sempre na pior posição. A corrupção no Estado é fruto do liberalismo capitalista em vigor no país onde cada um procura tirar o máximo benefício e proveito em tudo quanto lhe é oportuno. Fazemos programas de governação em função das promessas indefinidas da comunidade internacional ocidental de suporte financeiro. 

Sr. Presidente Chapo, veja o que se passa na Africa Ocidental, aqueles jovens encontraram o problema que minava o desenvolvimento dos países deles e estão a resolver. Isto requer coragem e reestruturação dos protocolos que andamos a assinar. Moçambique precisa e necessita de rever os instrumentos que o colocam na esfera de influência Geopolítica Ocidental porque lá estão todos os elementos propícios para o fomento da corrupção no Estado porque as entidades internacionais estão sempre dispostas a endividar o país e nisto, vários cidadãos usam o partido FRELIMO para controlar os canais de entrada destes financiamentos ou donativos. 

Moçambique precisa de mudar a estrutura Política e económica do Estado por forma a dar poder ao Estado sobre a economia no país. Os privados têm a sua parte mas, o Estado precisa de estar na vanguarda. O Ocidente demoniza a China Comunista e autocrática mas esta China virou uma potência económica que ultrapassa a Europa à velocidade da Luz e que a América tenta combater a China lançando narrativas sobre a China, sobre a Rússia, sobre a Venezuela pelo modelo de Estado que eles optaram para o bem das suas economias.

Para terminar sr. PRESIDENTE CHAPO, você tem a obrigação de desactivar esta bomba relógio que conta em Moçambique, você precisa de fazer algo para que não seja o FMI a definir a tabela salarial e o peso da despesa pública com os Moçambicanos. O Moçambicano tem força e inteligência para lutar e desenvolver o seu país,mas onde nos metemos não está a ajudar em nada desde 92. Problemas só se resolvem conhecendo o problema. O que descrevi, na minha óptica, me parece ser o problema de raiz. Quanto à corrupção, esta será resolvida por consequência extensiva desta reestruturação e reorganização do Estado.

O Estado que Samora projectou foi Morto em 1992 e era próspero. Este novo Estado nascido em Roma cria enjoo aos Moçambicanos. 

Não podemos continuar a prometer empregos e desenvolvimento no país sob a mesma estrutura de Estado cujo qual não tem sob seu controlo a indústria e sectores estratégicos do país, mantendo a nossa dependência aos investimentos estrangeiros ou aos donativos Americanos e Europeus. 


A RESPONSABILIDADE FICA SOB SUA TUTELA E ENTREGAMOS O PAIS A SI! 
VEJA LA O QUE FAZES PARA DESACTIVAR ESTA BOMBA RELÓGIO. 

Por: Amilcar Cintura 🫡»


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