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MINEDH ATRIBUI MAIS DE 160 VIATURAS A DIRECÇÕES DISTRITAIS, IGNORANDO CRISE NO SETOR DA EDUCAÇÃO


O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) está a atribuir mais de 160 viaturas às direções distritais e institutos de formação de professores em todo o país. Esses veículos de luxo foram adquiridos no âmbito do Fundo de Apoio ao Sector da Educação (FASE), num momento em que o sistema educacional enfrenta uma série de crises graves, incluindo mais de sete mil turmas a estudar ao relento, falta de carteiras e um enorme déficit de professores.

Nos últimos cinco anos, o setor da educação tem sido marcado por desafios significativos. Atrasos na distribuição de livros escolares, turmas ao relento, alunos sem carteiras e a carência de docentes são apenas alguns dos problemas que persistem. Adicionalmente, o incumprimento do pagamento das horas extras aos professores e outras questões estruturais continuam a assolar o setor.

Apesar deste cenário preocupante, o MINEDH optou por priorizar a aquisição de viaturas de luxo para as direções distritais e institutos de formação de professores. Foram comprados mais de 160 veículos Mitsubishi Triton 2020, financiados por parceiros internacionais através do FASE, com a finalidade de facilitar a supervisão em todo o país.

André Manhiça, do Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade (CESC), criticou duramente essa decisão, afirmando que "não faz sentido que a aquisição destas viaturas seja prioridade para um setor que está de rastos". Manhiça ressaltou que, neste ano, o déficit de professores no país é de 10 mil, mas apenas 2.880 foram alocados. Além disso, o país precisa de 760 mil carteiras e milhares de turmas continuam a estudar ao ar livre.


A sociedade civil argumenta que o Ministério da Educação deveria concentrar-se em resolver os problemas mais prementes do setor. "Indicadores como o rácio aluno-professor, a taxa de escolarização, o número de salas construídas e carteiras atribuídas deveriam ser as verdadeiras prioridades do setor," acrescentou Manhiça.

Embora as viaturas tenham sido adquiridas por meio de cooperação internacional, o CESC acredita que o governo deveria ter imposto prioridades mais alinhadas com as necessidades reais do setor educacional. 

Por outro lado, o Movimento Educação para Todos reconhece a importância das viaturas para a supervisão, pois podem contribuir para melhorar a qualidade do ensino. Contudo, sugerem que o Ministério poderia ter optado por veículos mais acessíveis e econômicos. Alípio Matangue, especialista em educação, destacou que essa situação deveria provocar uma reflexão mais profunda sobre os problemas do setor a partir da base.

Apesar das tentativas de contato com o Ministério da Educação, por meio da Direção do Gabinete de Comunicação e Imagem, não houve resposta, e a instituição permaneceu inacessível à imprensa.


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