A Procuradoria Provincial de Cabo Delgado anunciou o encerramento das investigações relacionadas ao desaparecimento do jornalista Ibraimo Maruco, que trabalhava na Rádio Comunitária de Palma. A decisão foi tomada com base na alegada falta de provas suficientes para continuar com o processo investigativo.
Ibraimo Maruco desapareceu em abril de 2021, em circunstâncias misteriosas, após ter relatado diversas ameaças de morte devido ao seu trabalho como jornalista em uma das regiões mais afetadas pelo conflito armado em Moçambique. O caso gerou grande repercussão, tanto a nível nacional quanto internacional, levantando questões sobre a liberdade de imprensa e a segurança dos jornalistas no país.
Apesar dos esforços iniciais para localizar Maruco e esclarecer os motivos de seu desaparecimento, as investigações não avançaram de forma significativa. A Procuradoria alegou que, após examinar todos os ângulos possíveis e realizar várias diligências, não foi possível reunir provas suficientes para continuar a investigação ou identificar os responsáveis pelo desaparecimento.
O encerramento das investigações trouxe frustração e indignação entre familiares, colegas de profissão e organizações de direitos humanos, que temem que o caso caia no esquecimento e que a justiça não seja feita. A situação também reaviva as preocupações sobre a impunidade em relação a crimes cometidos contra jornalistas em Moçambique, especialmente em regiões instáveis como Cabo Delgado.
O desaparecimento de Ibraimo Maruco continua a ser um símbolo das dificuldades enfrentadas por jornalistas em áreas de conflito e do crescente risco ao exercício da liberdade de expressão no país. A falta de esclarecimento sobre o seu paradeiro reforça o sentimento de insegurança entre os profissionais da comunicação e a necessidade de maiores garantias para a proteção dos direitos humanos e da liberdade de imprensa em Moçambique.
Redator: Edílson Simon (Facebook)
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