Queridos compatriotas,
Vivemos tempos difíceis, onde ser artista em Moçambique significa enfrentar desafios que vão além do talento e do trabalho árduo. Sabemos que o regime no poder não tem sido justo com os nossos artistas. Eles são testemunhas diretas das injustiças, perseguições e bloqueios que a Frelimo impõe àqueles que ousam se afastar de sua sombra.
Não podemos ignorar os exemplos tristes e dolorosos de figuras públicas como Eunice Andrade, que se filiou a um partido da oposição nas últimas eleições e, como resultado, viu sua carreira ser destruída. A ordem para cancelar contratos, anular oportunidades e sufocar sua voz foi uma mensagem clara: ninguém pode desafiar o poder impunemente. Também não podemos esquecer o nosso querido mano Azagaia, que teve seus concertos cancelados por ordens superiores, silenciando sua arte e sua luta.
Essas histórias são apenas a ponta do iceberg. Muitos artistas, diante de tais situações, se veem obrigados a escolher entre sua integridade e a sobrevivência. Quando vemos artistas filiarem-se à Frelimo ou declararem apoio ao regime, precisamos entender que não o fazem por desconhecimento das falhas e crimes do partido. Eles sabem das promessas não cumpridas, do desvio de fundos, da preferência por luxos em detrimento da educação e das necessidades básicas da população. Eles sabem, como nós, das décadas de promessas vazias e de sofrimento imposto.
No entanto, esses mesmos artistas não terão a presença da Frelimo na cabine de votação. Lá, sozinhos com suas consciências, terão a liberdade de escolher o futuro que desejam para si e para o país. Sabemos que essa liberdade será usada com responsabilidade, porque o povo precisa deles. O povo conta com a sua força, com a sua coragem e com o seu voto para acabar com a perseguição, intimidação e chantagem que a Frelimo impõe.
Esta carta é um apelo: não julguemos os nossos artistas por suas escolhas públicas. Eles, mais do que ninguém, entendem o que está em jogo. E quando a hora chegar, no silêncio da votação, esperamos que suas consciências guiem suas mãos a fazerem o "X" no lugar certo. Moçambique não é da Frelimo. Moçambique é do povo.
E juntos, artistas e cidadãos, podemos recuperar o nosso país.
(Autor desconhecido)
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Redação: RadarMZ
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