Com apenas três semanas restantes até as eleições legislativas e provinciais de 9 de outubro em Moçambique, o cenário político é dominado por apenas alguns dos 37 partidos inscritos. FRELIMO, RENAMO, MDM, PODEMOS e Nova Democracia têm liderado as atividades de campanha, enquanto a maioria dos outros partidos parece estar ausente do processo eleitoral, levantando sérias questões sobre o uso dos fundos públicos.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) alocou 3,7 milhões de euros para apoiar os partidos registrados, garantindo que todos tivessem os recursos necessários para a campanha. No entanto, a ausência visível de mais de metade dessas formações políticas sugere que os fundos podem não estar sendo utilizados como planejado.
Especialistas e observadores eleitorais já alertaram para a possibilidade de desvio desses recursos, levantando a hipótese de que alguns partidos tenham se registrado apenas para acessar os fundos públicos e, em seguida, redirecioná-los para interesses pessoais. Essa falta de transparência ameaça não apenas a integridade do processo eleitoral, mas também a confiança pública no sistema democrático moçambicano.
A ausência de comícios, panfletagem e outras atividades típicas de campanha por esses partidos menores vem gerando críticas tanto de analistas políticos quanto da população. A expectativa era de que todos os partidos participassem ativamente na corrida eleitoral, trazendo diversidade ao debate político. No entanto, com muitos fora do jogo, o monopólio das grandes forças políticas se intensifica.
Lista de partidos inscritos:
O que se pergunta agora é: onde estão esses partidos e o que foi feito com os recursos destinados a eles? Enquanto as eleições se aproximam, a pressão sobre a CNE para monitorar a aplicação correta desses fundos aumenta. Para muitos, a falta de fiscalização pode permitir que práticas corruptas prejudiquem o processo eleitoral e comprometam a confiança do povo moçambicano em seus representantes.
Essa situação lança uma sombra sobre o período eleitoral, com o foco se voltando para a necessidade de maior responsabilidade e transparência na aplicação dos fundos públicos destinados a fortalecer o sistema democrático do país.
[Fonte: Diário Eleitoral|| Redação: Radar Magazine — MZ
|| Imagens: Getty Images
|| Maputo, 2024]
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