Informações altamente confidenciais estão circulando sobre a decisão do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) de mover documentos secretos para locais distantes, como medida de precaução diante da possível vitória de Venâncio Mondlane (VM7) nas eleições. As autoridades temem que, caso a vitória de Mondlane não seja reconhecida, o país enfrente uma onda de manifestações sistemáticas, colocando em risco a segurança estatal e os arquivos sensíveis do SISE.
Fontes próximas à organização indicam que essa operação de transferência dos documentos é motivada pela crescente insatisfação entre os oficiais do SISE. Há anos, a agência, considerada a espinha dorsal da segurança nacional, enfrenta negligência e falta de valorização. A insatisfação é amplificada pela exclusão do SISE nas recentes reformas da Tabela Salarial Única (TSU), que beneficiaram outras instituições, como a Casa Civil e a Casa Militar, mas deixaram de lado os serviços de inteligência.
Venâncio Mondlane, que tem emergido como uma figura de destaque na política moçambicana, representa uma ameaça significativa para os interesses do atual governo, segundo analistas. Sua popularidade tem crescido, e a possibilidade de sua vitória tem gerado um clima de incerteza, especialmente entre os órgãos de segurança do Estado.
Oficiais do SISE, que já estão descontentes com a falta de progressão nas suas carreiras e os baixos salários, agora enfrentam acusações de cumplicidade em raptos que ocorrem no país. O envolvimento de outros órgãos, como o SERNIC e figuras influentes, é citado em denúncias que ligam esses sequestros à corrupção dentro das forças de segurança. A falta de ação por parte do SISE em solucionar esses crimes é vista por muitos como evidência de que alguns oficiais são facilmente corrompidos devido à precariedade salarial.
A suposta movimentação dos documentos secretos do SISE reflete o clima de tensão e desconfiança nas esferas mais altas do governo, enquanto Venâncio Mondlane se destaca como uma figura que pode transformar o cenário político do país. Sua vitória, ou a resistência a ela, pode provocar uma nova onda de conflitos internos e manifestações que exigirão respostas firmes das autoridades.
Com uma eleição marcada por incertezas e possíveis tumultos, a posição de Mondlane e as reações do governo serão cruciais para o futuro imediato de Moçambique.
[Fonte: Unay Cambuma|| Redação: Radar Magazine — MZ
|| Imagens: Getty Images
|| Maputo, 2024]
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