Uma nova polêmica emergiu em Nampula envolvendo o Secretário do Estado, Jaime Bessa Augusto Neto, após a detenção de um funcionário das Alfândegas de Moçambique no último sábado. O funcionário foi preso por se recusar a liberar uma viatura ilegal supostamente para benefício do secretário, além de ignorar uma chamada telefônica feita por um dos Ajudantes de Campo (ADC) de Jaime Neto.
De acordo com testemunhas, a recusa do funcionário levou a uma ordem de detenção, prontamente executada por seis agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM). O funcionário foi levado às celas disciplinares do Comando Provincial, onde ficou incomunicável e sem acesso à família, o que gerou revolta entre seus colegas e na comunidade local, que consideraram a detenção arbitrária e abusiva.
Hoje, em resposta às acusações, o Secretário do Estado, Jaime Neto, negou qualquer envolvimento direto na prisão do funcionário alfandegário, afirmando: "Eu não sou polícia e nem sou tribunal." Neto ressaltou que não tem autoridade para ordenar detenções e rejeitou a alegação de que teria dado ordens à polícia para prender o agente das Alfândegas. O comentário foi feito após questionamentos sobre o seu possível papel no caso ocorrido recentemente.
A situação gerou grande repercussão, uma vez que o funcionário detido afirmou que foi João Neto quem deu a ordem. Contudo, a identidade da pessoa mencionada como responsável ainda é alvo de controvérsia e investigações.
Entrevista prestada pelo agente alfandegário a STV aquando dos questionamentos sobre a sua detenção. |
Organizações de direitos humanos e advogados criticaram a ação como um abuso de poder, destacando as condições precárias em que o funcionário foi mantido, sem comunicação com seus familiares e sem o devido processo legal. A detenção foi vista como uma afronta às normas legais e éticas, e o episódio provocou questionamentos sobre a transparência e o uso indevido de influência política no sistema de justiça local.
Enquanto a investigação continua, o Secretário de Estado Jaime Neto mantém a sua posição, afirmando que não teve qualquer envolvimento na decisão de prender o funcionário, transferindo a responsabilidade para as autoridades policiais. O caso segue sendo acompanhado com atenção pela opinião pública e pode desencadear uma revisão das práticas administrativas e legais na província de Nampula.
#OPais #STV
0 Comentários