O Comandante Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Mopeia e o agente Ramos Rafael estão sob investigação e enfrentarão o tribunal, acusados de abuso de poder e condutas ilícitas durante o período de campanha eleitoral nos distritos de Mopeia, Luabo e Chinde, província da Zambézia. O caso, descrito no auto Nº 156-CDPRM/2024, envolve a detenção arbitrária de um mandatário da RENAMO, partido de oposição, que foi violentamente abordado e teve seu material de campanha confiscado, além de uma quantia em dinheiro destinada à logística eleitoral ser indevidamente apreendida pelos agentes.
De acordo com as denúncias, o mandatário da RENAMO foi algemado e empurrado sob a mira de uma arma de fogo, mesmo após apresentar sua credencial oficial, que comprovava seu papel na campanha. O incidente ocorreu em meio à crescente tensão política nos distritos mencionados, onde a PRM é acusada de agir com parcialidade, favorecendo certos interesses em detrimento de outros partidos políticos.
Manuel de Araújo, cabeça de lista da RENAMO na província da Zambézia, manifestou publicamente sua indignação, condenando as ações dos agentes da PRM e assegurando que o partido não permitirá que tais abusos fiquem impunes. “Este é um claro exemplo de abuso de poder e tentativa de sabotagem da nossa campanha. Garantimos que os responsáveis serão levados à justiça”, afirmou Araújo, destacando a importância de um processo eleitoral justo e transparente.
O caso levanta sérias preocupações quanto à neutralidade das forças de segurança no período eleitoral, pondo em questão a integridade e imparcialidade do processo democrático em Moçambique. Organizações da sociedade civil e observadores eleitorais têm expressado preocupação com o aumento de relatos de repressão e intimidação, apelando por uma investigação rigorosa e sanções exemplares contra os culpados.
Espera-se que o julgamento ocorra em breve, e tanto o comandante distrital quanto os seus agentes poderão enfrentar severas consequências legais, caso sejam considerados culpados. O processo será acompanhado de perto por partidos políticos e pela comunidade internacional, que vê no caso um teste crucial para a credibilidade do sistema judicial e da democracia moçambicana.
[Fonte: Diário Eleitoral|| Redação: Radar Magazine — MZ || Redator: Edílson Simon || Imagens: Getty Images || Maputo, 2024]
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