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MIA COUTO PEDE "MEDIDAS SEVERAS" CONTRA AGRESSORES DA ESCRITORA PAULINA CHIZIANE (Compreenda os contornos do caso)

O renomado escritor moçambicano Mia Couto pediu ontem "medidas severas" em resposta à agressão sofrida por Paulina Chiziane, perpetrada por seguranças de uma Igreja evangélica em Maputo, classificando o incidente como "inaceitável".

"É inaceitável a agressão física, verbal e psicológica cometida contra a escritora Paulina Chiziane e os artistas que a acompanhavam (...). Medidas severas devem ser tomadas contra os agressores. Sejam quem forem, seja qual for o pretexto dessa violência", declarou Mia Couto, em reação ao incidente, ao Lusa.

O Caso:

Paulina Chiziane submeteu uma queixa-crime contra um pastor da Igreja Divina Esperança, acusando os seguranças da congregação de agredi-la no dia 28 de julho, na província de Maputo. A escritora, acompanhada por outros três membros de sua equipe, registrava imagens para um videoclipe nas imediações da igreja.

Chiziane relatou que a agressão foi ordenada pelo pastor da igreja, resultando em ferimentos graves para alguns membros de sua equipe. "Estou a processar um pastor, aquele que ordenou a agressão contra mim e contra os meninos. Eles [a igreja] dizem que podem ajudar a pagar as despesas de saúde, mas um dos nossos membros foi pisado com botas e não consegue respirar bem. Não sei se ele tem fraturas ou não, mas ele não está bem", declarou Chiziane à Lusa. Outro membro da equipe também sofreu ferimentos, incluindo um problema na vista.

Acusações de Bruxaria:

Além das agressões, Paulina Chiziane afirmou que foi acusada de "bruxaria" porque, no veículo em que se transportavam, levavam a Timbila, um instrumento musical tradicional classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2008.

Reações:

Mia Couto, juntamente com a Associação dos Escritores Moçambicanos, condenou a agressão. A associação destacou que o incidente é uma ameaça à liberdade artística e à cidadania.

"Entendemos, assim, que tais atos, contraditórios a qualquer postura religiosa e cívica, constituem uma inadmissível ameaça à liberdade de criação artística e ao exercício dos direitos sociais e de cidadania consagrados pela Constituição", lê-se num comunicado da associação.

Contexto:

Paulina Chiziane tem criticado publicamente a proliferação de "seitas religiosas" em África, alertando para as consequências do fundamentalismo sobre as identidades e culturas do continente. "Em cada esquina temos uma igreja. O que diz a Igreja? Cada um com uma ideologia mais estranha do que a outra. Acham isso normal?", questionou a escritora em fevereiro, durante uma conferência em Maputo.

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